terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sobre a química do cheiro

Estamos de volta... Depois de um tempinho afastado por causa das férias estamos de volta... E vamos começar o ano falando sobre um assunto muito interessante, muito presente no nosso dia-a-dia... Pois bem quem nunca teve curiosidade em saber como que funciona o sistema do olfato??? Pois bem um grupo de pesquisa do instituto de química da USP financiado pela FAPESP, com um orçamento de quase R$ 400 mil, eles pesquisaram a importancia de receptores com a proteína G para o olfato.

Sem olfato não há prazer em comer: o repertório da língua se limita a salgado, doce, amargo, azedo e umami – o sabor presente no aji-no-moto. A capacidade de perceber aromas é o que dá sentido aos temperos e ervas aromáticas e que permite distinguir entre um suco de laranja e um de abacaxi. Nos últimos anos começou-se a conhecer com mais detalhes como o sistema olfativo decifra os odores e permite, por exemplo, que se distinga, apenas pelo aroma, uma rosa de um jasmim ou um copo de leite bom de outro estragado. Parte dessas descobertas se deve ao trabalho da bioquímica Bettina Malnic, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP).
Nos últimos anos Bettina decifrou o que se pode chamar de código dos cheiros, ou seja, como as diferentes moléculas de odor interagem com os neurônios e disparam as informações que serão interpretadas pelo cérebro, permitindo aos seres humanos distinguir um repertório com milhares de odores. Ela descobriu que cada molécula de odor se encaixa em mais de um tipo de proteína na superfície dos neurônios do fundo do nariz. É como se cada molécula de odor fosse uma minúscula estrela em que nem todas as pontas são iguais – e cada ponta diferente tem afinidade com um receptor. Cada receptor, por sua vez, pode receber estrelas com composições distintas, desde que ao menos uma das pontas tenha as características necessárias para se encaixar nele. Essa constatação levou a pesquisadora a concluir que o sistema nervoso reconhece cada molécula pelo conjunto de receptores específicos em que ela se encaixa, e não por um único deles. O código por combinações aumenta em muito o repertório do faro humano. Se cada molécula se conectasse a um receptor apenas, só seríamos capazes de identificar cerca de 400 odores – o número aproximado de tipos de receptores distintos que existem no nariz humano. Com isso, ela abriu as portas para desvendar o código que rege a percepção dos cheiros e mostrou o que está por trás da rica percepção olfativa humana. Com 400 tipos diferentes, os receptores olfativos constituem a maior família de proteínas do organismo humano. Mesmo assim, é pequena se comparada a mamíferos que dependem do olfato para sobreviver: esses 400 correspondem a um terço do acervo de camundongos e metade do que define o celebrado faro canino.


Anatomia do olfato


Moléculas de cheiro se desprendem da flor e penetram no nariz; 2. Essas moléculas aderem às ramificações dos neurônios olfativos, que forram o fundo da cavidade nasal; 3. Cada neurônio manda uma projeção para o bulbo olfativo (em amarelo). Resta agora descobrir como a informação vai do bulbo a diferentes regiões do cérebro que interpretam os cheiros.


O código dos aromas


As moléculas de odor são como estrelas de pontas coloridas. Cada extremidade se conecta apenas a um receptor olfativo específico — amarelo com amarelo, vermelho com vermelho — no fundo do nariz. Estrelas multicoloridas podem, assim, se encaixar em diversos receptores, e em cada tipo de receptor podem aportar estrelas distintas, desde que pelo menos uma das pontas seja da cor adequada.


Referência Bibliográfica
1. KERR, D.S. et al. Ric-8B interacts with Gαolf and Gγ13 and co-localizes with Gαolf, Gβ1 and Gγ13 in the cilia of olfactory sensory neurons. Molecular and Cellular Neuroscience. v. 38, n. 3, p. 341-348. jul. 2008.
2. VON DANNECKER, L.E.C.et al. Ric-8B promotes functional expression of odorant receptors. PNAS. v. 103, n. 24, p. 9.310-9.314. jun. 2006.
3. MALNIC, B. Searching for the ligands of odorant receptors. Molecular Neurobiology. v. 35, n. 2, p. 175-181. abr. 2007.
4. MALNIC, B. et al. Combinatorial receptor codes for odors. Cell. v. 96, n. 5, p. 713-723. mar. 1999.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Biotecnologia... aliás o que seria isso?

Queria começar com este post agradecendo a todos... Em 5 dias no ar mais de 100 acessos... Jamais pensei que as coisas seriam assim... Ainda mais depois da surpresa que li a pouco, no email do blog, que aparece no topo do site, recebi uma mensagem da Vitória Reis lá do Espirito Santo e nele ela pedia para postar sobre Biotecnologia... Então resolvi atender esse pedido que veio de tão longe...
Entre várias definições encontradas na internet para biotecnologia encontrei essa que foi elaborada na Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU:

"Biotecnologia define-se pelo uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e criar produtos de utilidade."



Em outras palavras seria: que através de conhecimentos proporcionado pela genética, biologia molecular, bioquímica, embriologia e biologia celular, a engenharia química, entre outras ciência que estudam os processos biológicos, produzir bens ou resolver problemas.
Assim, é Biotecnologia o conjunto de técnicas que permite à Indústria Farmacêutica cultivar microrganismos para produzir os antibióticos que serão comprados na Farmácia. Como é Biotecnologia o saber que permite cultivar células de morango para a obtenção de mudas comerciais. E também é Biotecnologia o processo que permite o tratamento de despejos sanitários pela ação de microorganismos em fossas sépticas. A Biotecnologia abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (Biologia Molecular, Microbiologia, Biologia celular, Genética, Genômica, Embriologia etc.), a ciência aplicada (Técnicas imunológicas, químicas e bioquímicas) e outras tecnologias (Informática, Robótica e Controle de processos). A Engenharia Genética ocupa um lugar de destaque como tecnologia inovadora, seja porque permite substituir métodos tradicionais de produção (Hormônio de crescimento, Insulina), seja porque permite obter produtos inteiramente novos (Organismos transgênicos). A Biotecnologia transforma nossa vida cotidiana. O seu impacto atinge vários setores produtivos, oferecendo novas oportunidades de emprego e inversões. Hoje contamos com plantas resistentes a doenças, plásticos biodegradáveis, detergentes mais eficientes, biocombustíveis, processos industriais e agrícolas menos poluentes, métodos de biorremediação do meio ambiente e centenas de testes diagnósticos e novos medicamentos.
Abaixo está uma figura com alguns bens produzidos através da biotecnologia presente em nosso dia-a-dia:

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A história do vestibular

. Todo ano, a história se repete e os estudantes sofrem com o vestibular. E hoje (16/12/2008) estava eu voltando com alguns alunos, do colégio onde trabalho, da ultima prova da UNESP. Estava falando com eles que os vestibulares acabaram e que agora era só esperar, quando uma aluna falou para mim: “Acha! Amanhã eu começa a prova da Unifesp. Queria matar quem inventou esse vestibular.” A idéia do blog é de ser atualizado semanalmente, só que quando ouvi dizendo isso pensei: “Tenho que postar algo sobre a história do vestibular”. Bom voilà escrever sobre nosso “amado” vestibular.
. Você saiba que esse ritual, que para a maioria marca uma mudança de vida, é mais antigo do que se pensa? O vestibular no Brasil foi criado em 1911, ou seja, tem mais que a idade de nossos avôs. Naquela época, até então, entravam nas faculdades somente aqueles alunos que haviam freqüentado os colégios mais conceituados. Algumas faculdades tinham cursos preparatórios e os alunos que fossem aprovados no curso tinha a vaga garantida. Quem não pertencia a esse meio estava automaticamente excluído. Quando o número de candidatos tornou-se muito grande para esse sistema restrito, o governo brasileiro instituiu o vestibular.
. Demorou alguns anos para que ele tomasse a forma de hoje, com provas de teste, questões discursivas, redação e leitura obrigatória. Até o começo dos anos 60, os exames eram bem mais difíceis, com provas orais de temas sorteados na hora.
. Anualmente, há cerca de 5,5 milhões de inscrições para o vestibular em todo o Brasil, segundo dados de 2006 do ministério da Educação. Abaixo esta um linha do tempo dos três vestibulares mais conhecidos de São Paulo: FUVEST, UNESP e UNICAMP clique na imagem para aumentar.






FONTE:
CLARO, Maria Aparecida de Lima. Procedimentos formais e informais de selecao do estudante universitario: um estudo sobre seletividade no ensino superior. Sao Carlos: UFSCar, 1983. 148 p. Mestrado (Pesquisa Educacional)-UFSCar. CECH-Centro de Educacao e Ciencias Humanas. E.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mas afinal o que é essa tal de CIÊNCIA?

Fazendo uma busca no Dicionário Aurélio:

“Ciência [Do latim scientia.] Conhecimento. Saber que se adquire pela leitura e meditação; instrução, erudição, sabedoria. Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim. A soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto. Processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza visando à dominação dela em seu próprio benefício.”



Resumindo podemos dizer que ciência se refere geralmente a qualquer campo organizado de estudo ou o conhecimento obtido desse.

A ciência não se considera a “dona” da verdade absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas verdades podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos, apesar de poder certamente tratar de casos de ética e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências das ações. Podemos dizer que a ciência busca produzir “modelos úteis” para a sociedade partindo da observação do meio onde vivemos.

Ela está dividida, se é que assim podemos dizer, em três grandes áreas: Saúde (biomedicina, medicina, enfermagem, nutrição e etc), Naturais (física, química, geografia, biologia e etc), Sociais (história, antropologia, biblioteconomia, administração e etc), Holísticas, Interdisciplinares e Aplicadas (engenharias, ciência da informação, neurociência e etc) e Ambientais (quimica e engenharia ambiental e etc).

A ciência é uma ferramenta útil… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como um todo social assim como independentemente.

Este blog tem o propósito em divulgar as ciências como um todo, de modo especial falaremos muitas vezes sobre umas das ciências mais presente em nosso dia-a-dia: a QUÍMICA. Seja bem vindo e espero que gostem!


FONTES:


PRICE, Derek J. de Solla. A ciência desde a Babilonia. Leonidas Hegenberg (Trad.). Belo Horizonte: Itatiaia, 1976. 189 p. -- (Colecao O Homem e a Ciencia; v.2)

FERRI, Mário Guimarães. Histórias das ciências no Brasil., Shozo Motoyama, São Paulo: EPU, c1981. v.1. 390 p.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Aguarde


Agradecemos sua visita e aguarde em breve estaremos na rede....